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A Construção de uma Sociedade Inclusiva


Constantemente somos colocados frente a situações brutais de desigualdades, de intolerância, de confronto, de preconceitos e consequentemente de desconforto. Ao mesmo tempo, e não raramente ouvimos em grupos de conversas e discussões a palavra cidadania tão presente, todos desejam lutar pela cidadania, promover cidadania. No entanto a professora e pesquisadora sobre o tema Evelina Dagnino, afirma que ser cidadão é muito mais do que ter direitos e deveres, é, sobretudo ter consciência destes.
Falar em uma sociedade inclusiva então, está diretamente ligado com a possibilidade de cada cidadão refletir sobre suas ações de maneira que conquiste autonomia e consciência de que a vida se dá em sociedade.
A sociedade inclusiva deve necessariamente passar pelo aprimoramento das relações sociais, pela compreensão de que o real pensamento inclusivo é aquele que não categoriza as pessoas por ordem de valor, como criação de estigmas e estereótipos. Agir inclusivamente é aprender a olhar cada pessoa e encontrar nela seu verdadeiro valor que certamente está explícito nos seus sonhos e expectativas, nas suas ações concretas no mundo, nas relações cotidianas.
Crochik, em seu livro - preconceito, indivíduo e cultura – diz que o preconceito é um mecanismo imaginário de defesa, que busca nos afastar de algo que se mostra a nós ameaçador, ou seja, agimos contra uma realidade que por alguma forma, nos foi impedida de enxergá-la. Assim, para muitos parece que passa despercebido a “coisificação” de seres humanos, como julgar que todos os loucos são violentos; todos os pobres, infelizes; todas as crianças com síndrome de Down, meigas; e assim por diante. Tudo isto contribui para que haja uma corrente desfavorável à inclusão e infelizmente permanece um olhar conceitual que se fundamenta a partir de uma visão que se baseia na avaliação do outro a partir da atribuição a ele de uma característica definida como socialmente indesejável.
A inclusão social é um movimento de cada um de nós e que deve fazer parte de nosso cotidiano para a real possibilidade de uma vida mais digna para todos, para os que se apresentam a margem da sociedade, em situações precarias, para os portadores de deficiências, para os que apresentam diferenças significativas, entre outros.
Raíssa M. Londero

Comentários

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. "... ser cidadão é muito mais do que ter direitos e deveres, é, sobretudo ter consciência destes."

    Obrigado, moça, pelas refelxões. A contundência dessas postangens acende rastilhos de pólvora que podem (e vão) explodir os moldes da indiferença.

    Força!

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  3. Obrigada Lucca pela sua força e pela compreensão!

    Raíssa

    ResponderExcluir
  4. oi raissa tudo bem???
    estou te procurando pelo orkut
    mas vc deletou
    me add no msn
    julio_vilamaria@hotmail.com
    tentei mandar e-mail pra ti mas foi em vão
    meu cp tá ruim!
    abração

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  5. Oi Raíssa!!
    Muito bom!! sempre nos fazendo refletir!!
    abração!

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